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Download do livro O Ambientalista Libertário – Marco Batalha

Hoje em dia, há várias questões ambientais preocupantes, como a exaustão de recursos naturais, a poluição, a extinção de espécies, as mudanças climáticas globais e as pressões decorrentes do alto crescimento populacional. Normalmente, as soluções apresentadas são impostas de cima para baixo, usando o aparato coercitivo do estado. Essas soluções não só são antiéticas, como antieconômicas. Neste livro, argumenta-se que se alguém quiser de fato solucionar os problemas ambientais, deve seguir o princípio da não-agressão e a ética da propriedade privada, que dão um critério universal para a resolução de conflitos. Dentro dessa ótica austrolibertária, aquelas questões ambientais são analisadas. Defende-se a posição de que bens naturais e serviços ambientais devem ser privatizados simplesmente porque é a única opção ética. Além disso, também é a melhor do ponto de vista econômico, pois cria valor, gera riqueza e faz com que tenhamos a exata quantidade de natureza que a sociedade considera ideal.

 

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Cidades Privadas: Um modelo para uma sociedade realmente livre?

Imagine um sistema em que uma empresa privada ofereça os ¨serviços do governo¨ como proteção a vida, liberdade e propriedade. Esses serviços incluem segurança interna e externa, um marco legal e regulatório e decisões independentes de disputas e você pagaria uma anuidade fixa contratual por esses serviços. O provedor de serviços governamentais como um operador de comunidade não poderia mudar unilateralmente o ¨contrato dos cidadãos¨ firmado com você posteriormente. Como um ¨cidadão contratante¨ você tem o direito de fazer cumprir e reinvidicar danos e também casos de mal desempenho por parte da empresa contratada. Você toma conta de todo resto por você mesmo mas você também pode fazer tudo o que quiser limitado apenas pelo direito dos outros de moderar as regras de convívio. Isso inclui unir-se a outros para todos os fins e propósitos. Disputas entre você e o prestador de serviços governamentais são ouvidas em tribunais de arbitragem independentes, como é de costume no direito comercial internacional, se o operador ignorar as sentenças arbitrais ou abusar de seu poder de outra maneira, seus clientes se vão e ele vai à falência. Assim sendo, se há incentivo econômico, também há incentivo para que a empresa trate bem o seu cliente e de acordo com o contrato acordado.

Esse sistema é chamado de Free Private City. À primeira vista, pode parecer ultrajante, escandaloso, utópico, mas nós já utilizamos essa abordagem de serviços com muito sucesso em outras áreas de nossas vidas. A tranferência para a nossa ordem social é apenas o último passo em desenvolvimento já encaminhado. A única coisa nova neste sistema de coexistência é a sua base puramente privada, mas este sistema é mesmo assim capaz de prover melhor, mais barato e com muito mais liberdade todos os serviços (especialmente segurança) pelo contrato dos cidadãos, do que todos os requeridos por residentes de estados anteriores. Os principais elementos do livre mercado são simplesmente aplicados ao nosso convívio, ou seja, a troca voluntária de serviços, o direito de rejeitar ofertas e finalmente a competição como método de descobrimento, o meio de limitar o poder e filtrar qualidade. Desde que a participação nas FPC são voluntárias, a ideia tem que ser permanentemente atrativa, caso contrário não atrairá ninguém ou até mesmo os seus residentes a deixarão.

Especialmente este design de contrato de serviço tem suas vantagens já testadas e comprovadas, corresponde a tudo o que sabemos sobre negócios privados do cotidiano, seja pela compra de pães do padeiro, até à conclusão de uma cláusula de seguro ou à nomeação de um consultor fiscal. A base é sempre um contrato recíproco mutuamente acordado, isso regula qual produto e serviço deve ser fornecido, em que condições e a que preço. Assim como o caso do padeiro o contrato surgiu por meio de ação implícita, pois o comprador sabe que seu parceiro de contrato tem interesses econômicos, ele não precisa fingir que é motivado pelo bem comum do resgate da humanidade. Disputas deverão ser referidas para côrtes independentes ou órgãos de arbitragem, nenhum vendedor conseguiria posteriormente cobrar o conteúdo unilateralmente (“A partir de agora você paga em dobro ou recebe um serviço adicional ao qual você não fez nenhum pedido) ou teria uma disputa resolvida exclusivamente por sua própria instituição.

Em uma cidade empresarial, todos são soberanos sobre si mesmo por acordo voluntário, que conclui um contrato genuíno com um provedor de serviços mais ou menos comum, o Contrato de Cidadão. Ambas as partes possuem os mesmos direitos formais e portanto, estão legalmente em pé de igualdade. A relação entre autoridade e subordinado é substituído pela relação cliente e prestador de serviço, em contraste com os sistemas convencionais onde o cidadão é obrigado a pagar impostos sem ter o direito aos benefícios correspondentes, ema FPC o serviço e a compensação estão diretamente relacionados, pois ambos os contratantes são obrigados a cumprir o contrato, ou seja, o operador pode exigir o pagamento da contribuição fixada pelo cidadão contratado porém sem taxas adicionais. Por sua vez, o cidadão contratado pode demandar judicialmente que o operador cumpra com suas obrigações contratuais, por exemplo, garantindo assim a segurança e um sistema funcional de direito civil. Quem está atualmente no comando da companhia operadora ou a quem ela pertence não é relevante ao funcionamento do modelo.

Uma cidade empresarial não é uma ideia utópica, mas sim uma ideia de negócio na qual os elementos funcionais já são conhecidos e apenas precisam ser transferidos para outro setor, a convivência. Basicamente, como um provedor de serviço, o operador apenas fornece a estrutura dentro da qual a sociedade pode desenvolver-se no sentido de uma ordem espontânea.

Principais características de uma cidade empresarial

Cidades empresariais são caracterizadas pelos seguintes elementos:

  1. Uma cidade empresarial é uma autoridade local soberana ou pelo menos semi-autônoma com sua própria estrutura legal e regulatória, e seus próprios impostos, costumes e regime social, bem como sua própria administração, forças de segurança e um sistema independente de resolução de disputas.
  2. Uma cidade empresarial é administrada por uma empresa operacional como uma empresa com fins lucrativos. Por uma taxa básica fixa, garante aos habitantes proteção da vida, liberdade e propriedade.
  3. Participação e residência são voluntárias em uma cidade empresarial.
  4. Não há reivindicação legal para admissão em uma cidade empresarial; o operador decide sobre isso de acordo com seus critérios e sua discrição.
  5. Cada residente individual concluiu um contrato de cidadania por escrito com a cidade empresarial ou sua empresa operacional, que regulamenta de forma conclusiva os direitos e obrigações mútuos. Isso inclui os serviços a serem prestados pelo operador e o valor a ser pago por eles, bem como as regras aplicáveis na cidade privada.
  6. O contrato de cidadão não pode ser alterado unilateralmente, pois representa a ¨constituição pessoal¨de cada cidadão.
  7. Além disso, os cidadãos podem fazer o que quiserem, desde que não violem os direitos dos outros ou as outras regras estabelecidas no Contrato de Cidadão.
  8. Todos os adultos contratuados e legalmente capazes são responsáveis ​​pelas consequências de suas próprias ações, e não pela “sociedade” ou pelo operador da cidade. Além dos pedidos de apoio contratual ou familiar, não há direito a viver à custa de terceiros.
  9. Qualquer residente pode rescindir o contrato a qualquer momento e deixar a cidade empresarial novamente, mas o operador só pode rescindir o contrato por justa causa, por exemplo, violação de obrigações contratuais como a continuação do não pagamento da taxa.
  10. Em caso de conflitos com a empresa operadora, cada parte tem o direito de recorrer a tribunais independentes (arbitragem) que não fazem parte da organização do operador.

O pacote básico do operador, que deve ser aceito e pago, inclui forças de segurança e resgate, uma estrutura legal e reguladora, uma certa infra-estrutura e tribunais independentes e órgãos de resolução de disputas. Para garantir a participação voluntária, idealmente a área deve começar desabitada.

Autonomia

Para implementar uma Cidade Privada Livre, é necessária autonomia interna, isso não significa necessariamente soberania sobre o direito internacional, mas pelo menos o direito de regular os próprios assuntos de forma independente. O estabelecimento de uma cidade privada exige portanto um acordo contratual com um estado existente. Neste contrato, a nação hospedeira concede à empresa operadora o direito de estabelecer a cidade privada em um território definido de acordo com as condições acordadas.

Cidades privadas livres, portanto, não correspondem a novas cidades administradas privadamente ou a condomínios fechados que estão totalmente sujeitos às leis do respectivo estado, ou cidades-estados autoritárias como Cingapura ou Dubai, que podem mudar unilateralmente as regras a qualquer momento. Eles também vão muito além das zonas econômicas especiais, correspondem a zonas administrativas especiais independentes, comparáveis, por exemplo, ao relacionamento de Hong Kong com a China. Os Estados podem ser atraídos por tal conceito se esperarem vantagens, como no estabelecimento de zonas econômicas especiais. Conseguir que os Estados existentes desistam de parte de sua soberania certamente não é uma tarefa fácil, no entanto esse caminho parece mais fácil do que mudar os sistemas existentes “de dentro” em direção a mais liberdade, segurança jurídica e auto-responsabilidade.

Dê uma olhada em Hong Kong, Singapura ou Mônaco. Perto de cada uma dessas cidades uma espécie de cinturão de prosperidade cresceu em torno deles nos países vizinhos. Seus habitantes pagam impostos nos países vizinhos, além disso, essas cidades-estados criam muitos empregos para pessoas dos países vizinhos que, de outra forma, poderiam permanecer desempregados. Se uma Cidade Privada Livre é criada em uma área anteriormente estruturalmente fraca ou desabitada, então o estado hospedeiro não tem nada a perder e tudo a ganhar.

A convivência em uma cidade privada é baseada em apenas alguns princípios. Os princípios orientadores são autodeterminação e autonomia privada, a regra de ouro aplica-se a viver juntos como é expresso no provérbio “Não faça aos outros o que você não quer que os outros façam a você”. Além disso, o princípio do ut des (“eu dou para que você dê”), ou seja, o reconhecimento de que o mérito é baseado na reciprocidade; finalmente, o princípio do voluntarismo ou da não-agressão, ou seja, a prioridade da cooperação voluntária sobre a coerção e a expropriação, incluindo a expropriação por supostamente ¨boas causas¨. Para cumprir estas regras básicas, medidas coercivas podem ou devem ser aplicadas, violações graves ou repetidas também levam à exclusão da cidade privada, mas o direito de terminar a sua estadia na cidade privada a qualquer momento faz parte do conceito de voluntariedade.

Cidades empresariais esperam que seus cidadãos sejam maduros e independentes. Isso inclui assumir a responsabilidade por si mesmo e pelos outros, fortalecer as famílias e as pequenas comunidades, bem como usar imaginação e engenho para superar as dificuldades. Em troca, há a alegria e a satisfação de poder dominar sua vida por seus próprios esforços, de acordo com suas próprias idéias. A longo prazo, uma comunidade de pessoas autoconfiantes, brilhantes e realistas crescerá dessa maneira. Se todos são livres para decidir o que querem fazer e como querem viver, também não há necessidade real de órgãos participativos, como os parlamentos, pois eles correm sempre o risco de serem seqüestrados por grupos de interesse ou pelo governo para seus próprios fins. O congelamento da mudança em favor da liberdade e da autodeterminação em uma cidade privada é o contrato dos cidadãos. Assim, os moradores podem concordar com uma representação de seus interesses e, por exemplo, estabelecer um conselho municipal, mas mesmo que 99% da população participe e voluntariamente se submeta à votação majoritária, este órgão não tem o direito de impor suas idéias aos outros 1% que não querem ter nada a ver com isso. Este é precisamente o ponto em que os sistemas estatais falham regularmente, a garantia de longo prazo da liberdade individual.

A exigência de lucro do operador da cidade é de importância central, muitas pessoas consideram a busca do lucro imoral e preferem não ter nada a ver com isso, eles não reconhecem que não há melhor incentivo para fazer o melhor uso dos recursos escassos e também garante transparência. O operador de uma cidade empresarial quer ganhar dinheiro, isso é claro, mas quais são os motivos e racionalidades dos políticos? Quase ninguém acredita que eles são movidos apenas pela preocupação com o bem comum, o incentivo de se encontrar com presidentes e reis como chefes de estado, buscando reconhecimento anunciando planos de resgate mundiais para as Nações Unidas, sendo proeminente e exercendo poder sobre as pessoas – em cidades empresariais todas essas coisas são menos importantes para o lucro. Naturalmente tais considerações também serão de interesse para o gestor da cidade ou prefeito nomeado pelo operador, mas no final ele tem que fazer o que é bom e lucrativo para a empresa operadora e, portanto, não pode simplesmente mudar as regras (porque os clientes iriam embora), participar de organizações internacionais, participar do circo da conferência ou receber personalidades famosas (despesas adicionais) por “pompa” sem valor mensurável. O sistema de incentivos é, portanto, muito diferente do de um político nos sistemas convencionais, lá o político pode perseguir os interesses pessoais descritos para aumentar sua fama às custas dos cidadãos, enquanto o chefe da administração de uma cidade empresarial não pode pelas razões mencionadas.

Em vez disso a concorrência e a exigência de transformar um lucro forçam o operador de uma cidade empresarial a melhorar permanentemente seu produto e otimizar o uso de recursos. Toda decisão que ele toma tem efeitos imediatos, isso aumenta a satisfação dos moradores ou não é reduzido por medidas de corte de custos? Em outras palavras: isso acabará gerando receitas maiores que as despesas? Se assim for, o lucro é obtido e o valor da empresa da cidade empresarial é aumentado, caso contrário, a medida deve ser revertida ou melhorada, tal eficiência nunca será alcançada pelos sistemas públicos de estado.

Como seria a vida em uma cidade empresarial?

Prestadores de serviços inovadores como o Uber ou o Airbnb, não são proibidos, mas é claro, há empresários privados que cobrem tudo o que é exigido, desde hospitais, escolas e jardins de infância até a coleta de lixo. Se desejado, os moradores podem se assegurar privadamente contra todas as eventualidades da vida ou criar grupos de auto-ajuda, seja para proteger contra doenças, morte, necessidade de cuidados ou acidentes. Rodovias, portos e shopping centers são construídos e operados por investidores, qualquer pessoa pode oferecer novos produtos e serviços sem autorização ou licença e ser pago em qualquer moeda desejada. Há também o uso de trabalhadores não qualificados – por falta de regulamentação do salário mínimo, produtos baratos podem ser importados de todo o mundo porque há livre comércio e, portanto, não há direitos aduaneiros. Novas drogas e métodos de tratamento estão disponíveis para qualquer adulto que queira testá-los com conhecimento do risco potencial. Os limites ambientais aplicam-se apenas a produtos e processos verdadeiramente perigosos, conforme determinado por pesquisas científicas sérias.

Há liberdade de expressão, até uma certa religião pode ser criticada e plena liberdade de contrato. Os cigarros são novamente negociados e anunciados sem avisos feios. Estão disponíveis aspiradores de alto desempenho e chuveiros, até mesmo lâmpadas antigas (na União Européia, as lâmpadas convencionais são proibidas hoje). A cidade faz suas próprias regras de imigração podendo sumarizar qualquer um que se torne um criminoso ou, por exemplo, cause um incômodo propagando a primazia dos dogmas religiosos sobre as regras da cidade. Devido a essa seleção positiva, os cidadãos contratados não precisam de visto para a maioria dos estados, as cidades empresariais que pertencem ao mesmo operador ou que estejam associadas a isso também têm um número de emergência globalmente uniforme, bem como consulados no exterior, nos quais os cidadãos contratados são auxiliados em emergências.

O crime e o vandalismo dificilmente existem, você pode até deixar seus filhos sairem às ruas à noite sem se preocupar com eles. Sociólogos, cientistas políticos, historiadores da arte e outros estudiosos de humanidades que geralmente povoam o serviço público e ONGs financiadas pelo estado tornaram-se raros. Como os estudos precisam ser pagos por eles mesmos os cursos de treinamento que prometem a perspectiva da demanda real do cliente são geralmente preferidos. Algumas empresas, incluindo nomes conhecidos não conseguiram se estabelecer aqui. Não há novas leis que possam ser influenciadas a seu favor nem potes de subsídios que possam ser aproveitados. Hosts de pessoas inteligentes que teriam se tornado funcionários públicos, consultores fiscais, advogados ou auditores em outros lugares trabalham no setor privado e aumentam a produtividade e a criação de valor.

O ativismo político, o zelo missionário, as lutas distributivas e a agitação de grupos sociais um contra o outro praticamente desapareceram. Os cidadãos do contrato respeitam as diferentes visões e avaliações de cada um. As pessoas são novamente responsáveis ​​por cuidar de si mesmas e, portanto, são automaticamente mais autoconfiantes, mais estáveis ​​e mais realistas em suas avaliações.

Depois de duas gerações, o mais tardar, as cidades privadas seriam mais ricas, mais livres e mais pacíficas do que qualquer coisa que conhecemos até agora.

Artigo Original

Tradução de Victor Uehara

Revisão por Larissa Guimarães

Por que não “Dia do Capital”?

Em todo o Estados Unidos, nós celebramos o Dia do Trabalho, um dia dedicado às glórias do trabalhador americano. É o trabalhador americano que é dito o responsável por nosso ótimo padrão de vida e pelo sucesso do sonho americano. Esse argumento é falho. Leia mais

Rothbard estava certo

Se quiser entender Murray Rothbard, você precisa manter um princípio em mente. Se você se lembrar disso, você terá a chave para entender completamente o pensamento dele. E você deveria querer entender Murray Rothbard porque ele foi o maior defensor americano da liberdade no século XX.  Leia mais

O porquê você não é livre

[NR: Esse artigo é parte do Livro “How I found freedom in an Unfree World” – Pág. 4]

A liberdade é a oportunidade de viver a sua vida como você quer vivê-la. E isso é possível, até mesmo se os outros continuarem como são.

Se você não é livre agora, isso pode ser porque você esteve preocupado com pessoas ou instituições que você sente estar restringindo a sua liberdade. Eu não espero que você pare de se preocupar com eles simplesmente porque eu sugeri que você o faça. Eu espero te mostrar, entretanto, que essas pessoas e instituições são relativamente impotentes para impedir você – uma vez que se decida como vai alcançar a sua liberdade. Existem coisas que você pode fazer para ser livre e se você voltar a sua atenção para essas coisas, ninguém vai ficar no seu caminho. Mas quando você se preocupa com aqueles que estão te bloqueando, você ignora as muitas alternativas que poderia usar para contorná-los. Leia mais

A chegada das eleições brasileiras: A nação pode abraçar uma economia livre?

No domingo, 7 de outubro de 2018, o Brasil realiza sua eleição presidencial e votará para deputados nacionais, governadores de estado e senadores. O Brasil possui um sistema partidário diversificado com dezenas de partidos políticos. Quando nenhum candidato alcança mais de 50% na primeira rodada, os dois candidatos com a pontuação mais alta competirão entre si na segunda votação algumas semanas depois.

A polarização política

A eleição de 2018 não é apenas uma das mais críticas na história recente do Brasil, é também a mais polarizada. Isso vem em parte da curiosidade de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha participação ativa na campanha eleitoral, apesar de estar preso por acusações de corrupção. Lula, como é popularmente chamado, foi condenado a mais de nove anos de prisão, mas continuou a exercer forte influência sobre seus seguidores e a mídia. Ele liderou o Partido dos Trabalhadores (PT) a grandes vitórias em 2002 e 2006 e durante seu segundo mandato ele foi o político mais popular no Brasil. Fernando Haddad, que é o candidato do Partido dos Trabalhadores, visita Lula com freqüência e se comunica com ele para obter instruções sobre como liderar a campanha eleitoral. Na campanha, Haddad até tenta imitar a voz distinta e o modo de expressão do ex-presidente.

Até o momento, dois principais candidatos à presidência emergiram: Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT), e Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL). Além de seu confronto feroz na promoção de posições políticas extremistas de direita e de esquerda, os dois candidatos têm um populismo ardente em comum. Como indicam as atuais pesquisas, o eleitor deve (o Brasil tem voto obrigatório) tomar uma decisão entre a direita populista (Bolsonaro) e a esquerda populista (Haddad) na votação final prevista para 28 de outubro. Leia mais

As três lições econômicas que aprendi com meu pai

[N.T.: Este texto é uma homenagem ao meu pai – que apesar de bolsominion e pessimista (fruto de muito Schopenhauer) – é alguém que guiou-me a ser o que sou hoje, inclusive minhas tendências econômicas e filosóficas, além é claro o gosto por esses assuntos. Também quero homenagear o nosso querido Daniel Chaves que é um dos fundadores deste site, um grandíssimo amigo e pai pela segunda vez agora em Junho – do meu afilhado. Homenageio aqui também o Pedro Dias, também pai e também escritor para este site. Por fim, esta é uma homenagem a todos vocês que são pais e que são empreendedores, além é claro de serem pessoas éticas e intelectuais. Um belíssimo exemplo pros seus filhos. Feliz dia dos pais a todos vocês!]

Desde que o conheço, meu pai sempre foi do tipo empreendedor. Até mesmo agora, em seus setenta anos, tem pego empregos paralelos tanto para se manter ocupado quanto para ter um dinheiro extra para gastar.

Ao longo de toda a minha infância e juventude, ele sempre foi um corretor e vendedor de seguros independente. Ele costumava empregar uma ou duas pessoas para ajudar com os telefonemas e papeladas, mas também costumava apenas trabalhar sozinho.

Crescer, a ideia de ir trabalhar para uma grande empresa por 30 ou 40 anos e então se aposentar para um campo de golfe ou cadeira de balanço em algum lugar era algo completamente estranho para mim. As pessoas da minha idade hoje em dia esperam, em sua maioria, trabalhar em período integral até os 75 anos ou mais. Podemos esquecer as pensões e a Previdência Social. Mas mesmo quando uma aposentadoria de várias décadas parecia uma opção viável nos velhos tempos, isso não era algo a se aspirar em minha casa.

Em suma, papai sempre fez parte de um pequeno grupo minoritário nos Estados Unidos: o de pessoas que vivem do próprio negócio. Estima-se que apenas 10% dos americanos realmente ganham a vida com empresas próprias [1]. Os números são mais altos se olharmos para as pessoas que têm alguma renda de pequenas empresas à margem mas quando estamos falando de pessoas cuja principal fonte de renda é o próprio negócio, os números são menores.

Não é de surpreender que as pessoas que pertencem a esse grupo minoritário tenham uma maneira diferente de ver o mundo. Leia mais

A Sociedade de Direito Privado Será Right-Lib

Recentemente escrevi um blog sobre “Trabalho numa Sociedade de Direito Privado”. Salientei que, em uma sociedade de direito privado, o trabalho recupera seu esplendor como um valor ético e sua importância como um valor econômico, em oposição à glorificação de outros valores como igualdade ou justiça que supostamente vêm acompanhar o sistema estatal de bem-estar social. Sem a rede de segurança [do estado] na sociedade de direito privado, a necessidade do trabalho está fadada a se tornar maior nas mentes das pessoas. Isso terá efeitos no sistema educacional, nas relações entre empregadores e empregados, bem como na família. Mudanças culturais e sociológicas podem ser esperadas quando a ética do trabalho for revivida e ela será revivida como uma característica natural de qualquer sociedade de direito privado que sobreviverá e prosperará.

A implicação é que uma sociedade de direito privado vai ser libertária de direita, não libertária de esquerda. Isso não acontecerá por causa de uma escolha consciente de valores ou por planejamento ou pela tomada de posições ideológicas sobre questões sociais. Isso acontecerá porque o renascimento do estímulo ao trabalho e o renascimento do individualismo, em oposição à ação coletiva do governo, tem a tendência inerente ou natural de reviver certos valores e relacionamentos tradicionais.

Considere o que acontece quando o imposto de renda é encerrado. Eu afirmo que os efeitos resultantes são libertários de direita em tom ou caráter; eles se conectam a efeitos que os críticos austríacos do governo enfatizam. O imposto de renda faz com que a atividade não orientada ao mercado aumente; sua abolição permitirá que mais atividades ressurjam como atividades de mercado. Especialização e divisão do trabalho aumentam. Maior importância para o mercado é libertário de direita em caráter e em ênfase. O imposto de renda financia o consumo do governo; sua abolição resulta em maior investimento. Isso também é de caráter libertário de direita. O imposto de renda causa maior preferência temporal e consumo; sua abolição produz menor preferência temporal e mais acumulação de capital. Isso, novamente, é libertário de direita em ênfase. Minha afirmação é que os libertários de esquerda enfatizam questões esquerdistas que são muito diferentes das questões econômicas.

A sociedade de direito privado não vai visar especificamente a justiça social no sentido que os esquerdistas e os libertários de esquerda valorizam muito, a não ser os esforços para esclarecer os arrendamentos das propriedades privadas que podem ter sido suscitadas por meios coercitivos e as evidências de que melhores titulares existam. Por exemplo, várias formas de discriminação não serão explicitamente proibidas como é o caso hoje. As forças do mercado diminuirão isso, mas os direitos de propriedade privada permitirão muitos tipos de discriminação. Empregadores, companhias de seguros, proprietários de terras e chefes de famílias poderão discriminar. Este não é um resultado que os libertários de esquerda vão gostar. Também é de caráter libertário de direita em sua ênfase pró-mercado.

A sociedade de direito privado não se preocupará com a distribuição de renda produzida por decisões privadas e livres tomadas por seus membros. Isso claramente não combina com o pensamento libertário de esquerda.

As relações de trabalho que podem se desenvolver em uma sociedade de direito privado provavelmente não satisfarão os preconceitos mantidos pelos libertários de esquerda que condenam o que chamam de hierarquia, patrões, poder corporativo e desigualdade no local de trabalho. Essa é outra área significativa na qual uma sociedade de direito privado viável, de tamanho e escopo significativos, provavelmente será mais consonante com o libertarianismo de direita.

As relações de trabalho podem ser bem detalhadas. Os empregadores podem querer contratar pessoas que sejam limpas, vestidas de forma conservadora, livres de drogas, sóbrias, sem tatuagens, educadas, cordiais, alegres, minuciosas, honestas etc. É provável que haja discriminação e é bem possível que os requisitos de trabalho irão parecer “conservadores” em um sentido amplo, em oposição a “democrático” e “igualitário”, também em um sentido amplo. O libertário de direita pode novamente vencer. Mas, definitivamente, haverá casos em que os empregadores podem querer contratar pessoas que usem vestidos e roupas chocantes, cabelos coloridos, joias, sensuais etc. As diferenças entre homens e mulheres definitivamente surgirão porque as mulheres são mais hábeis em alguns trabalhos que os homens e vice-versa. Isso ainda é de natureza libertária de direita, porque o mercado está combinando pessoas com ocupações e não sendo forçado a usar métodos arbitrários de contratação.

A sociedade de direito privado premiará a autoridade moral que é conquistada, testada pelo tempo e que sobreviva aos testes de mercado. Isso não é consonante com as ideias libertárias de esquerda. Elas dependem de suposições sobre autoridade baseadas em categorias ad hoc ou características que não medem a autoridade moral. Para citar um libertário de esquerda, “Mas os libertários de esquerda enfatizam que o compromisso com a igualdade moral que constitui a base da crença na igualdade de autoridade deveria implicar a rejeição da subordinação e exclusão com base na nacionalidade, no gênero, na raça, na orientação sexual, no status do local de trabalho ou outras características irrelevantes”.

Os empregadores numa sociedade libertária de direita estarão livres para contratar imigrantes que possuam características desejáveis ​​e que não sobrecarreguem a sociedade. Da mesma forma, eles serão livres para recusar os imigrantes indesejáveis. A presença de tais filtros e discriminação provavelmente não satisfará os libertários de esquerda.

Eu reconheço que o que estou dizendo depende de como o libertarianismo de esquerda é caracterizado e isso pode variar de uma panelinha ou até mesmo de uma pessoa para outra. No entanto, penso que o meu ponto principal vai ficar de pé, que é isso: uma ordem de mercado tenderá a ser mais consistente com um caráter libertário de direita do que libertário de esquerda. Também reconheço que nem todas as sociedades de direito privado serão iguais. Estou pensando em termos de uma sociedade em larga escala que se beneficia da divisão do trabalho e do comércio. Estas são compelidas a serem orientadas para o mercado e esse é o caso que eu assumi.

Este texto e o anterior no meu blog pretendem aprofundar a divisão entre os libertários de direita e de esquerda, argumentando que a sociedade de direito privado de tamanho e escopo substancial é inerentemente de caráter libertário de direita.

Artigo Original

Tradução de Pedro Dias

Revisão por Larissa Guimarães

O bebê Alfie: a vítima mais recente do governo onipotente

Alfie Evans, um bebê de 23 meses, faleceu num hospital britânico no sábado. Embora a causa oficial da morte seja uma doença encefálica degenerativa, Alfie pode ter sido assassinado pelo sistema de saúde britânico e a suprema corte britânica. Os médicos do hospital que tratava Alfie decidiram remover o seu suporte de vida, contra a vontade dos pais de Alfie. A suprema corte não apenas apoiou a autoridade dos médicos, anulando a vontade dos pais, como também se recusou a permitir que os pais levassem Alfie para o exterior para tratamento.

Ao apoiar a autoridade governamental para substituir seu julgamento pelo dos pais de Alfie, a suprema corte está seguindo os passos de autoritários ao longo da história. Desde Platão, apoiadores de estados fortes têm buscado dar ao governo a responsabilidade pela criação das crianças. O autoritarismo de um sistema onde “especialistas” podem sobrepor os pais é enfatizado por um alerta policial de que eles estavam monitorando as publicações a respeito de Alfie nas redes sociais.

O caso de Alfie não é apenas um exemplo dos perigos de permitir que o governo usurpe a autoridade parental ou das falhas da medicina socializada. Ele mostra o resultado lógico de uma aceitação difundida da ideia de que direitos são meros privilégios concedidos pelo governo. E segue da ideia de que direitos podem ser tomados quando for demandado pelos oficiais governamentais ou pela vontade da população. Leia mais

O falho argumento moral do salário mínimo

Com o Dia do Trabalho chegando, os jornais de todo os EUA irão imprimir artigos de opinião pedindo por um “salário mínimo” obrigatório e salários mais altos no geral. Em vários casos, os militantes a favor do salário mínimo argumentam por leis explícitas sobre salários, isto é, um salário mínimo estabelecido em um nível arbitrário determinado por legisladores em um nível que faça com que moradia, alimentação e cuidados de saúde sejam “acessíveis”. Leia mais

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