Month: Agosto 2017

Ayn Rand era uma libertária?

Ayn Rand foi contra o movimento libertário do seu tempo. Em 1971 ela escreveu:

Para que fique registrado, eu vou repetir o que já disse muitas vezes: eu não vou endossar ou me juntar a nenhum grupo político ou movimento. Mais especificamente, eu desaprovo, não concordo e não tenho conexão com a mais recente aberração de alguns conservadores, os chamados “hippies da direita”, que tentam enganar os mais jovens ou mais descuidados dos meus leitores alegando simultaneamente serem seguidores da minha filosofia e defensores do anarquismo. Qualquer um que proponha essa combinação confessa sua incapacidade de entender ambos. Anarquismo é a noção mais irracional e anti-intelectual ligada ao pensamento concreto*, fora de contexto e adoração de uma minoria do movimento coletivista, ao qual ele pertence.

(N.T. de acordo com a autora, a visão chamada de “concrete-bound” caracteriza-se pela negação das abstrações)

— “Brief Summary,” The Objectivist, Vol. 10, Sep. 1971 Leia mais

Qual a forma correta de se estudar o homem?

[N.T.: Este artigo é a tradução da primeira parte do escrito “The Mantle of Science”, disponível em “Economic Controversies”. Entretanto, a tradução que segue foi publicada no blog do Lew Rockwell com o título do capítulo subsequente, intitulado What is the Proper Way to Study Man?]

Na nossa correta condenação do cientificismo no estudo do homem, não devemos cometer o erro de dispensar a ciência junto com ele, pois se o fizermos, estaremos dando crédito demais ao cientificismo e aceitando a sua alegação superficial de ser o único método científico. Se o cientificismo é, como acreditamos, um método inadequado, então ele não pode ser verdadeiramente científico. Ciência, afinal, significa scientia, conhecimento correto; ela é mais velha e mais sábia do que a tentativa positivista-pragmática de monopolizar o termo. Leia mais

A Narrativa errada em Charlottesville

A violência política em Charlottesville ontem foi tão previsível quanto fútil. Uma pessoa foi morta e dezenas foram gravemente feridas, marcando um novo ponto baixo nas guerras políticas e culturais que estão tão aquecidas como em qualquer momento desde a década de 1960 na América.

Essa implacável politização da cultura americana corroeu a benevolência e inflamou os piores impulsos da sociedade. Antifa e a direita autoritária “alt right” podem representar expressões simplórias de ódio e de medo, mas ambos os grupos são animados inteiramente por política: a percepção de que outros podem impor sua vontade sobre nós politicamente. A única solução duradoura para a violência política é tornar a política menos importante. Leia mais

Reflexões sobre um relato de preferência temporal à médica

[Esse Relato de caso é baseado em uma história real em que o paciente infelizmente já faleceu]

Paciente, 58 anos, tumor metastático de fígado. Etilista – i.e. usuário de álcool –  há 37 anos, parou há 7 meses. Tabagista há 20 anos, também parou há 7 meses. Numa bela tarde de sábado, o encontro dormindo em seu leito. Há vários dias o encontro assim: prostrado. O estado geral há muito está ruim, com prognóstico terminal. O acordo para fazer a evolução de sempre “Como foi o dia? Sentiu dor? Náusea? Teve febre?” Todas aquelas infinitas perguntas pareceram inúteis ao olhar aqueles olhos amarelados. A pupila já havia perdido seu brilho. O tempo estava finito para aquele paciente. Eu não sabia quantos dias seriam. Mas nós dois sabíamos que não duraria muito o seu tempo aqui na Terra. Leia mais

Desmistificando o estado

Mistificação é o processo pelo qual o lugar comum é elevado ao nível de divino por aqueles que têm um interesse pessoal em sua imunidade à críticas. O governo é o perfeito exemplo de como funciona a mistificação: ele é um grupo de indivíduos organizados com o objetivo de extrair riqueza e exercer poder sobre o povo e recursos em uma área geográfica. Normalmente as pessoas contestam e resistem a ladrões e assaltantes, mas, no caso do governo, elas não fazem isso porque o governo criou uma mística de legitimidade em relação às suas atividades.

“O governo é fundado em opinião,” escreveu William Godwin. “Uma nação deve aprender a respeitar um rei, antes que um rei possa exercer qualquer autoridade sobre ela”. Os governos passados usaram o direito divino dos reis, pelo qual monarcas alegavam a divindade de terem sido nomeados pela lei de Deus, como um meio de incutir respeito. Revolta contra o rei se tornou revolta contra a vontade de Deus. Os governos contemporâneos substituíram isso pela legitimidade derivada de conceitos tais como “democracia”, “igualdade” e “terra natal” ou o “estilo americano”. Tais conceitos patrióticos têm a habilidade de despertar sentimentos de deslumbre reverência na população. Essas reações são engenhosamente canalizadas para apoiar o governo e, por consequência, ajudam a criar a mística de legitimidade da qual os governos necessitam para sobreviver. Leia mais

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