Às vezes, o emprego de uma única palavra em uso comum dá toda uma visão de mundo diferente. Havia apenas um uso na manchete de uma história no jornal Guardian no final do mês passado: “Como os ‘rapazes de Pompey’ caíram nas mãos do Isis”.

Pompey é o nome coloquial para Portsmouth, a cidade naval da costa sul da Inglaterra, e os “rapazes” da manchete eram cinco jovens garotos de origem bangali que cresceram lá e mais tarde se juntaram ao ISIS na Síria. O artigo descreve como o último dos cinco foi morto agora, três outros foram mortos antes dele e um, que retornou à Bretanha, que foi sentenciado a quatro anos de prisão (na prática dois anos, com remissão por bom comportamento). O uso da palavra “rapazes” destina-se a implicar aos leitores do jornal que não havia nada de diferente ou especial sobre esses cinco jovens rapazes, nada que distinguisse eles de outros jovens rapazes de Portsmouth. Esse uso foi uma manifestação do pensamento ilusório ou mesmo mágico, como se a realidade por si mesma pudesse ser alterada de uma maneira desejada pelo mero emprego da linguagem. Leia mais