Mistificação é o processo pelo qual o lugar comum é elevado ao nível de divino por aqueles que têm um interesse pessoal em sua imunidade à críticas. O governo é o perfeito exemplo de como funciona a mistificação: ele é um grupo de indivíduos organizados com o objetivo de extrair riqueza e exercer poder sobre o povo e recursos em uma área geográfica. Normalmente as pessoas contestam e resistem a ladrões e assaltantes, mas, no caso do governo, elas não fazem isso porque o governo criou uma mística de legitimidade em relação às suas atividades.

“O governo é fundado em opinião,” escreveu William Godwin. “Uma nação deve aprender a respeitar um rei, antes que um rei possa exercer qualquer autoridade sobre ela”. Os governos passados usaram o direito divino dos reis, pelo qual monarcas alegavam a divindade de terem sido nomeados pela lei de Deus, como um meio de incutir respeito. Revolta contra o rei se tornou revolta contra a vontade de Deus. Os governos contemporâneos substituíram isso pela legitimidade derivada de conceitos tais como “democracia”, “igualdade” e “terra natal” ou o “estilo americano”. Tais conceitos patrióticos têm a habilidade de despertar sentimentos de deslumbre reverência na população. Essas reações são engenhosamente canalizadas para apoiar o governo e, por consequência, ajudam a criar a mística de legitimidade da qual os governos necessitam para sobreviver. Leia mais